sábado, 28 de novembro de 2009

Distraído demais




Quando a falta de atenção da criança indica problema


Algumas crianças vivem distraídas, parece que estão fora de órbita. Não conseguem prestar atenção na aula. O olhar vagueia, passa pela janela. Acabam tirando notas baixas. Em casa, a mãe chama e elas não respondem, simplesmente porque estavam tão desatentas que não ouviram. Costumam ser chamadas de preguiçosas, retraídas e até burras.
O que muitos pais não sabem é que esse comportamento pode indicar a desordem de déficit de atenção (DDA), um distúrbio em geral associado à hiperatividade e que costuma passar despercebido na criança que não tem esse problema. "Por não incomodar tanto quanto a criança hiperativa, que é mais elétrica, essa fica anos sem diagnóstico, recebendo o rótulo de preguiçosa.
O resultado são anos de prejuízo escolar sem nenhuma suspeita de que se trata de um problema de saúde, e não apenas de temperamento", diz o psiquiatra Luís Augusto Rohde, professor de psquiatria da infância e adolescência da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, co-autor de Terapia Cognitivo-Comportamental no Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (Editora Artmed, 2002).

As causas
Ter dificuldade em prestar atenção quando estamos cansados, com muitos compromissos ou estressados é normal. Mas o filho que é desatento a maior parte do tempo, e isso se reflete no desempenho escolar e em seus relacionamentos sociais, pode apresentar DDA (veja quadro). As causas são orgânicas, emocionais e genéticas. Se a criança apresenta pré-disposição para o problema, fatores ambientais, como conflitos familiares e métodos educacionais inadequados, podem desencadear a DDA. "Estudos indicam que sofrimento perinatal, assim como álcool e fumo na gravidez, também, podem causar o transtorno", afirma Rohde.

Auto-estima
Apesar de inteligentes, a falta de atenção faz com que as crianças com DDA fiquem atrás dos colegas de classe. O índice de repetência é até três vezes maior. "Isso afeta diretamente a auto-estima da criança. Cerca de 10 a 20% delas podem desenvolver depressão", observa o psiquiatra.
Para a psicóloga e psicopedagoga Nivea Fabrício, o professor deve ter um olhar diferenciado sobre o aluno com DDA e, em alguns casos, reavaliar seu método de ensino. "É importante saber quais são os interesses da criança para trazê-la de volta para a sala de aula. Assim, o retorno é garantido."

Conheça os sinais
Se o seu filho apresenta os sintomas abaixo há, pelo menos, seis meses, é aconselhável buscar ajuda especializada.
Copia matéria no caderno errado.
Não ouve quando é chamado.
Perde objetos com freqüência.
Erra exercícios escolares por descuido. A atividade pede que ele marque a alternativa incorreta e ele assinala a correta.
É mais desorganizado que o esperado para a idade.
Distrai-se com facilidade.

Abaixo, um vídeo do Projeto Sinapse sobre o uso da medicacão para o tratamento de DDA

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